Dívida pública será herança maldita, diz Álvaro Dias

Para o senador Álvaro Dias (Podemos) a questão crucial no Brasil é a dívida pública. A União gasta 52% de seu orçamento com os juros da dívida e a expectativa é que as pendências financeiras cheguem ao patamar de R$ 3,65 trilhões no final de 2017.  “Temos que fazer uma fotografia da dívida, quem são nossos credores e quanto já foi pago. Hoje, os dealers (instituições credenciadas que atuam tanto nas emissões primárias de títulos públicos como na negociação no mercado secundário) e os bancos são os únicos ganhadores com a manutenção da dívida pública nos atuais patamares.”

O senador, que é pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, participou nesta sexta-feira, 25/8, de uma reunião-almoço para convidados na Associação Comercial de Porto Alegre. Na abertura do evento, o presidente Paulo Afonso Pereira, comentou que a dívida pública brasileira se multiplicou e que o Brasil gasta só de juros mais de R$ 500 bilhões por ano.

Segundo Dias, a dívida será a herança maldita do próximo governo. “Temos um déficit primário de R$ 159 bilhões, que asfixia nossa economia. As causas principais da dívida são a irresponsabilidade administrativa e a corrupção.”

Ele afirmou que a meta prioritária para sair da crise é a substituição do sistema de governança que transformou o Executivo um grande balcão de negócios. “Houve o aparelhamento do Estado, uma relação promíscua entre Legislativo e Executivo.”

Segundo Dias, o candidato que for eleito deverá ter coragem de adotar medidas de impacto com apoio popular. Assim, não terá suas propostas barradas pelo Congresso, sem precisar de um governo de coalizão. “Precisamos de um novo conceito de estado no Brasil. O atual está vencido, fracassou, perdulário e corrupto. O governo de coalizão foi um desastre e temos que ter a coragem de mudar.”