China tenta barrar ostentação e consumo de luxo cai no país

A dinâmica complexa entre crescimento econômico, repressão governamental e mudanças no comportamento do consumidor está moldando um novo panorama para marcas de luxo e influenciadores digitais na China. Compreender essas transformações é essencial para empresas globais que buscam navegar com sucesso neste mercado em evolução.

Em meio ao aumento do acúmulo de riqueza das famílias no país asiático, o governo voltou a agir contra a ostentação pública de bens de luxo. Os influenciadores digitais tornaram-se o principal alvo das autoridades. Até recentemente, esses jovens, tanto homens quanto mulheres, exibiam suas posses valiosas para milhões de seguidores. Nos últimos meses, no entanto, vários deles tiveram suas contas em redes sociais suspensas pelos reguladores da Internet na China.

Entre as figuras mais notórias está Wang Hongquanxing. Conhecido como a “Kim Kardashian da China”, ele supostamente afirmou que nunca sairia de casa sem vestir roupas, joias e acessórios no valor mínimo de 10 milhões de yuans (US$ 1,4 milhão).

A repressão aos influenciadores não é novidade. Em 2021, o presidente Xi Jinping lançou a campanha de “prosperidade comum”, com o objetivo de reduzir a desigualdade e penalizar os ultra-ricos. Pessoas e empresas muito ricas foram incentivadas a contribuir mais para a sociedade. A punição de Jack Ma, o bilionário mais conhecido da China, foi vista como um aviso aos outros magnatas do país.

Conforme um relatório da consultoria imobiliária Knight Frank, sediada em Londres, a riqueza continua a crescer na China, apesar das medidas governamentais. O relatório acompanha o número de “indivíduos de alto patrimônio líquido” (definidos como aqueles com ativos de pelo menos US$ 1 milhão). A previsão é que, globalmente, o número desses indivíduos aumente 28% até 2028. Na China, o crescimento esperado é de 47%. Em resposta, grandes bancos internacionais estão expandindo seus serviços de gestão de patrimônio para atender à crescente clientela chinesa.

No entanto, as marcas premium estão reduzindo os preços à medida que os estoques não vendidos se acumulam. Isso provavelmente está pouco relacionado à repressão aos influenciadores. Em um cenário de economia desacelerada, os consumidores chineses estão se tornando mais econômicos, gastando menos em bolsas de grife como Balenciaga e carteiras Gucci.

Algumas marcas de luxo estão adotando uma postura corajosa. A Louis Vuitton, uma renomada casa de moda francesa, recentemente inaugurou novamente sua boutique renovada em Guangzhou. O CEO da Tissot, uma empresa suíça de relógios de luxo, esteve recentemente em Xangai para o lançamento de um novo produto. A Zegna, conhecida por suas roupas elegantes, abriu um novo café em Xangai. No entanto, não se espera que os influenciadores chineses se envolvam muito na promoção dessas iniciativas.

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