BC decide cortar Selic para 9,25% ao ano

O Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros da economia – a Selic – em 1 ponto porcentual, para 9,25% ao ano. Antes em 10,25% ao ano, a taxa de juros agora volta a um dígito pela primeira vez desde o fim de 2013. Este é o sétimo corte seguido na Selic. O anúncio foi feito logo após a reunião do Comitê de Política Monetário (Copom) da instituição e confirmou a expectativa de analistas do mercado financeiro.

Em comunicado, o BC destaca que a economia está em recuperação gradual e o aumento da incerteza recente quanto à implementação das reformas impactou de forma negativa a confiança dos agentes. “No entanto, a informação disponível sugere que o impacto dessa queda de confiança na atividade tem sido, até o momento, limitado”. BC destaca ainda que tanto o cenário externo quanto o comportamento da inflação tem se mostrado favoráveis.

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) considera positivo para a economia a decisão anunciada na noite desta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom). “Atualmente, o espaço para queda nas taxas de juros é mais confortável, uma vez que tanto os preços livres quanto os preços administrados têm rodado abaixo da meta oficial. Na última vez em que a Selic estava em um dígito, há quase quatro anos, a inflação estava sendo puxada para baixo de maneira artificial pelos preços administrados, enquanto os preços livres permaneciam significativamente acima da meta”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

A despeito da crise política e do cenário de imprevisibilidade no calendário das reformas no Congresso, Pellizzaro Junior avalia que a manutenção do ciclo de queda da Selic é justificada pela demanda ainda fraca, pelo recuo recente da inflação a um patamar abaixo da meta oficial e pelas expectativas devidamente ancoradas para esse ano e para o próximo – o que possibilitou, inclusive, a redução em 0,25 pp da meta oficial a partir de 2019.

Para Pellizzaro Junior, ainda há espaço para cortes de juros por conta da trajetória da inflação e da atividade econômica fraca, mas o ritmo de cortes deverá ser menor neste segundo semestre. “O ritmo de queda deve diminuir a partir de agora. O corte na próxima reunião em setembro dependerá do cenário econômico, da evolução ou contenção da crise política, do comportamento comedido da inflação e da aprovação de reformas. Por ora, o que se espera é uma redução do ritmo para 0,75 ponto percentual”, avalia o presidente.

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