Direita retoma o poder na Argentina
Javier Milei conquistou a vitória na segunda maior economia da América Latina no domingo (19), derrotando o atual ministro da Economia, Sergio Massa, com uma margem de 56% a 44%. O atual governo havia vencido quatro das últimas cinco eleições no país.
A reviravolta aconteceu após Patricia Bullrich, candidata de centro-direita que obteve o terceiro lugar nas eleições com 24%, declarar seu apoio a Milei. No primeiro turno, Massa liderou com 36% dos votos, enquanto Milei ficou com 30%.
Quem é o novo presidente?
Com 53 anos, o deputado de Buenos Aires é um economista que se autointitula anarcocapitalista e libertário. Sua campanha centrou-se na promessa de uma renovação política na Argentina, a fim de “limpar a casta parasitária do país”.
Entre suas propostas, estão o fechamento do Banco Central, a dolarização da economia, cortes nos gastos públicos, aumento das privatizações, facilitação do porte de armas e reforma trabalhista. Em seu discurso de vitória, Milei enfatizou o compromisso com um governo que respeita a propriedade privada e promove o livre comércio.
Desafios para o novo governo
Milei assume o cargo em meio à pior crise econômica em décadas, com 40% da população vivendo na pobreza, desvalorização cambial significativa (1 dólar = 1.000 pesos), taxa de juros alarmante de 133% e inflação que ultrapassa os 140% ao ano.
Além disso, o novo presidente terá que lidar com um Congresso onde a maioria é da oposição, representando o partido de Massa.
A relação com o Brasil
Milei já rotulou Lula como “comunista” e “corrupto”, recusando-se a se encontrar com o presidente brasileiro. Ele também criticou o Mercosul e o BRICS. Após o resultado, Lula desejou “sorte ao novo governo”, sem mencionar o nome de Milei. O Itamaraty está em ação para suavizar as tensões, afinal, o comércio entre Brasil e Argentina gira cerca de US$ 30 bilhões por ano.
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