Em passagem pelo Brasil, Milei volta a atacar Lula

O presidente argentino, Javier Milei, novamente fez críticas a Lula (PT) nas redes sociais, desta vez em relação à tentativa de golpe de Estado na Bolívia. Ele também acusou o ex-presidente brasileiro de tentar interferir no processo eleitoral da Argentina.

“A fraude montada na Bolívia é conhecida e o perfeito idiota, em vez de aceitar seu erro, me critica por deixar sua estupidez à mostra”, publicou, sem citar diretamente a quem se referia com o comentário.

“Se tivéssemos feito as coisas como esse grande dinossauro idiota disse, o LLA [partido La Libertad Avanzai] teria perdido. Não prestamos atenção nele e vencemos”, disse Milei.

“Depois dos ataques de Lula (especialmente sua forte interferência na campanha eleitoral e sólido apoio à campanha mais suja da história), ele reclama porque eu lhe respondo com sinceridade (ele foi preso por corrupção e é comunista)”, afirmou ele.

Milei se recusou a pedir desculpas a Lula, afirmando que suas acusações são verdadeiras.

Na segunda-feira (1º), o governo de Luis Arce, presidente da Bolívia, chamou o embaixador argentino em La Paz para manifestar “forte desaprovação” ao comunicado divulgado no domingo pelo gabinete presidencial argentino. O comunicado questionava a autenticidade da tentativa de golpe de Estado e afirmava a existência de 200 presos políticos na Bolívia.

Ontem, Milei anunciou que não comparecerá à cúpula do Mercosul em Assunção no dia 8 de julho. O encontro contará com a presença de Lula, Arce, Santiago Peña, presidente do Paraguai, e Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai.

No entanto, Milei viajará para Balneário Camboriú para participar da Conferência de Ação Política Conservadora, onde se encontrará com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Silêncio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aconselhado a não responder aos ataques feitos pelo presidente argentino, Javier Milei.

Mesmo mantendo essa postura, o ataque teve uma recepção negativa no Palácio do Planalto. O Itamaraty considera que o presidente argentino “reage às críticas sobre sua forma de conduzir a diplomacia”. Em uma entrevista em 26 de junho, Lula exigiu que Milei pedisse desculpas ao Brasil por ataques anteriores durante a campanha eleitoral.

O Ministério das Relações Exteriores também não emitirá declarações, mas acompanhará de perto a agenda de Javier Milei no Brasil.

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