Marta Lívia Suplicy: “Exerço minha liderança fortalecendo mulheres, seja para o empreendedorismo, seja para a política”

Marta Lívia Suplicy nasceu em Alegrete, no Rio Grande do Sul, estudou em Santa Maria e foi da segunda turma de zootecnia da Universidade Federal da cidade (UFSM). Mas não levou adiante a carreira porque, segundo ela mesma, “A vida nos empurra para a pauta social e da educação, que é a base de tudo, a partir do momento em que nos vemos e nos reconhecemos como mulheres”. Depois, formou-se em pedagogia, tendo feito pós-graduação em educação comunitária. Não satisfeita com os dois diplomas, buscou o terceiro: serviço social com especialização em população vulnerável.

Vai e faz
Quanto à questão da pauta empresarial, Marta acredita que o empreendedorismo social se faz na prática. Hoje, é sócia de outras mulheres que destinam parte do que faturam em seus negócios para as ribeirinhas do Marajó e do Pantanal – ou seja, considera as sociedades maiores do que os nomes registrados em cartório. Para ela, “Não adianta apenas sabermos o que é vulnerabilidade se não fizermos nenhum esforço em direção a promover uma vida com dignidade para essas mulheres”. Uma das causas de Marta é garantir que catadoras, ribeirinhas e marisqueiras tenham acesso à saúde e à educação, e atua nisso colocando-se junto a elas, efetivamente, e não só na hashtag. Quando questionada sobre a trajetória percorrida até agora, Marta Lívia fala com carinho das origens: “Do RS, o que eu trouxe é a garra, a força e a coragem que a gente tem de sair para desbravar o país e melhorar, cada vez mais, a condição feminina, a condição humana, sempre com essa característica de ser guerreira para a resiliência, e não necessariamente para a guerra.”

Mulheres: parte e todo
Há dez anos, Marta lidera a Virada Feminina: movimento que representa o olhar e a voz das mulheres em relação aos desafios da humanidade nas áreas de educação, política, economia, empreendedorismo, segurança, meio ambiente, cultura, saúde e arte. Para ela, a mulher é um universo muito maior do que a óptica profissional – ela tem câncer de mama, apanha, tem filho que não vai à escola, tem marido desempregado. Ela, a mulher, é 360 graus, e assim deve ser enxergada. Marta luta por isso: muito mais do que a consciência de onde se está falhando é o

VOTO – Quem é sua inspiração?
Marta Lívia Suplicy – Poderia citar várias, mas três mulheres me fascinam: Bertha Lutz, Eva Perón (sobre quem já fiz até monografia) e Margaret Thatcher. Além delas, me inspiro muito na Dra. Dalva Cristofoletti e na Dra. Ivone Capuano, que são referências na nossa luta diária de resultados aqui em São Paulo.

VOTO – De que forma você exerce a sua liderança?
Marta Lívia Suplicy – Fui convidada para presidir a Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil, período durante o qual comecei a me questionar: por que representamos (à época) somente 12% dos candidatos eleitos se somos mais da metade das pessoas aptas a votar? Se temos esse poder, o do voto, devemos escolher representantes femininas. Fui viver isso na pele, e concorri a deputada federal em 2018 para entender essa sub-representação. Foi quando senti como é difícil ser mulher e candidata neste país. Exerço minha liderança tomando conhecimento de causa e fortalecendo mulheres, seja para o empreendedorismo, seja para a política.

VOTO – Qual seu propósito de vida?
Marta Lívia Suplicy – Trabalho, trabalho, trabalho. Foco, foco, foco. Amor ao que você faz, amor ao que você faz, amor ao que você faz. É isso que me conduz. Onde estou agora é consequência.

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Marta Lívia Suplicy é capa da edição #158 da Revista VOTO.
Clique aqui para ler.

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