Meirelles: não é possível custear despesas com aumento de imposto
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira que não é possível custear as despesas públicas com aumento de impostos e voltou a defender a aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. Meirelles reiterou que a reforma da Previdência precisa manter benefícios fiscais “substancialmente” acima de 50% daquilo que foi originalmente proposto pelo governo, de R$ 800 bilhões.
Ele foi o palestrante do Brasil de Ideias, que teve ainda um painel de debates com os presidentes das Lojas Renner, José Gallo; das Lojas Riachuelo, Flávio Rocha; e da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes, além dos economistas Marcos Troyjo e Aod Cunha.
Mais de 150 líderes políticos e empresariais, convidados da Revista Voto, participaram dos debates que teve como foco a retomada da economia, os ajustes fiscais e principalmente as reformas, entre elas a da Presidência, da qual Meirelles é um grande defensor. “A reforma da Previdência não é uma questão de escolha.Terá que ser feita em algum momento, é uma questão fiscal, numérica”, disse ele.
Sobre o projeto de lei de recuperação judicial, o ministro garante que as medidas vão beneficiar a recuperação de micro e pequenas empresas. “É uma nova lei que cria um arcabouço, um novo sistema para a recuperação judicial no país em linha com o que prevalece hoje no mundo inteiro”, ressaltou. Para ele, a nova lei de falências representa uma modernização da legislação atual. “É um processo que visa em última análise fazer com que a situação seja resolvida, a empresa saia mais rapidamente da recuperação judicial, e trabalhadores, credores e acionistas tenham a situação resolvida o mais rápido possível”.
O projeto será enviado ao Congresso na próxima semana e, segundo ele, tem o o objetivo é ajudar na retomada da economia e da geração de renda no país. Para o ministro, “o Brasil já está em ritmo de recuperação sólida e caminha para um ciclo de crescimento que será o mais longo da última década. O pior já passou”.
Meirelles também destacou o projeto do teto dos gastos públicos, medida fundamental para a recuperação da economia brasileira. O ministro se disse confiante na aprovação da medida. Além disso, comemorou o crescimento de todos os setores da economia no segundo trimestre.
Ele também fez uma retrospectiva da economia brasileira, desde a crise da dívida externa, nos aos 1970, até questão fiscal que, de fato, nunca resolvida. “Quanto às previsões do desemprego, que no início do ano estava com mais de 13 milhões de desempregados, o números apontavam queda apenas no segundo semestre, quando isso já ocorreu no segundo trimestre”.
A reforma trabalhista, segundo Meirelles, vai permitir novas maneiras de contratação no trabalho, sendo mais adequadas ao formato atual, oferecendo maior segurança jurídica aos empregados e empregadores. Ao longo de 10 anos, a expectativa é de que sejam criados seis milhões de empregos. Outra preocupação é com as mudanças nas taxas de juros, que devem ser reduzidas para investidores, empresários e consumidores.
A próxima edição do Brasil de Ideias – Avante Brasil acontece no dia 20 de novembro, com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Os eventos objetivam reunir lideranças empresariais e grandes líderes políticos com poder de mudanças no país.
Fotos: Fotos Jefferson Bernardes
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