Três anos após rechaçar apoio ao PT em segundo turno contra Bolsonaro, Geraldo Alckmin deixa o PSDB e aumenta especulações sobre candidatura a vice em chapa com Lula
Depois de 33 anos no partido que ajudou a fundar, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se desfilou nessa quarta-feira (15) do PSDB. Crescem as especulações de que o ex-tucano ingressará no PSB para se candidatar a vice-presidente na chapa do ex-presidente Lula (PT).
A desfiliação foi solicita por meio de carta encaminhada ao diretório municipal da legenda em São Paulo, onde foi protocolada no início da tarde de ontem. A decisão de Alckmin ocorreu um dia depois de o ex-governador reunir-se com líderes do PSB. Especula-se que a aliança com Lula contemple acordo entre PT e PSB, pelo qual o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad abriria mão de concorrer ao governo do Estado para disputar uma cadeira no Senado. Pelo suposto acerto, o PT apoiaria Márcio França, do PSB, ao governo paulista.
Pelo Twitter, Haddad negou candidatura ao Senado. Também afirmou desconhecer qualquer negociação nesse sentido.
A suposta aliança entre Alckmin e Lula aproximaria adversários históricos. Os dois já se enfrentaram no segundo turno em 2006, quando Lula foi reeleito para o segundo mandato.
No primeiro turno da última eleição para presidente, o ex-tucano ficou em quarto lugar, com apenas 4,76% dos votos válidos – atrás de Ciro Gomes, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. No segundo turno, o PSDB não apoiou o PT contra Bolsonaro. A legenda preferiu a neutralidade. Em vídeo gravado na época, Alckmin rechaçou aproximação com o PT, qualificando as especulações como fake News:
“Quero fazer um desmentido de uma fake news que está circulando aí, dizendo que o PSDB, o nosso partido e eu, viria no segundo turno apoiar o PT. Isso não existe. Nós somos contra o PT, como também somos contra o Bolsonaro. Achamos que o Brasil só perde com esses radicalismos.”
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